quarta-feira, 24 de abril de 2013

Amamentação e Estética

Amamentação e Estética

É muito comum que venham até nós as mamães que acabaram de dar a luz, ansiosas por voltar a forma corporal que tinham antes da gravidez. Elas trazem expectativas em relação ao tempo que levará para realizar esse desejo; nada mais natural para nós, mulheres e mães, afinal, queremos ser mães, bonitas, saudáveis, bem sucedidas, etc
É natural que o/a profissional de estética compartilhe o anseio e necessidades com as clientes pós-gestação, porém é necessário que o/a profissional conheça os prós e contras dessa atitude.
Sabendo que a amamentação é um prolongamento da gravidez, é preciso se preocupar com a influência que os cosméticos de uso tópico podem ter sobre o aleitamento materno, e quais os mitos e verdades com relação aos cosmeceuticos.
Nem sempre o desejo da cliente vai de encontro com as necessidades do bebê, pois a mãe quer de volta o seu corpo esbelto e, muitas vezes, existe uma dificuldade em obter resultados tão rápidos quanto os que ela deseja.
É aí entramos com nossas técnicas e prudência, pois assim como a maioria dos medicamentos vem com alerta de que o próprio não deve ser usado no período de amamentação; nós, esteticistas, não temos esse mesmo alerta em relação aos cosméticos que utilizamos em nossas clientes.
Independe do esforço para conhecer os cosméticos utilizados, nos foge muitas vezes algum ativo ou substância de determinado creme ou loção que é indicado naquele momento para a mãe que está amamentando, pois sabemos da receptividade da pele e que o grau de absorção depende das propriedades fisio-químicas das substâncias que agem como principio ativo.
Fui procurada por uma cliente ainda em fase de amamentação, por causa da flacidez abdominal e pela demora para retornar a sua forma original; fiz anamnese e, no meio da conversa ela comentou que soube que o contato com água do mar altera o sabor do leite materno.
Isso me intrigou, se o contato com água do mar altera o sabor do leite materno, o que fariam os cosméticos utilizados nessa fase de amamentação?
O uso de cosméticos durante a amamentação exige cautela, o ideal é a mamãe cercar-se de todos os cuidados possíveis, principalmente nos primeiros meses de vida, pois muitas substâncias migram para o leite materno.
Leia sempre o rótulo da embalagem e para ter certeza que o cosmético que ira ser usado não inclui componentes contra-indicados. Certifique-se com o pediatra, que é o melhor conselheiro em momentos de incerteza, pois a saúde do bebê é o mais importante nesse momento.
O que não pode?
Produtos com ingredientes potencialmente alergizantes ou, aos quais, a cliente seja alérgica. Em caso de reação alérgica, os anti-histamínicos são comprovadamente nocivos para o bebê. Adelgaçantes com cafeína, como os cosméticos com ação anti-celulite, foram testados e não houve garantia de segurança para o bebê.
Despigmentantes (antimanchas) com corticoides ou hidroquinona: Um estudo realizado denunciou uma alta taxa de peso abaixo do normal em recém nascidos. Além disso, outros estudos associam a hidroquinona a maior risco de câncer e problemas renais.
Fitocosméticos com óleos essenciais, exceto sob orientação médica. Alguns estudos efetuados em ratos no período de gestação com alguns óleos essenciais mostraram que alguns óleos essenciais têm efeito abortivo devido ao aumento de contrações uterinas que provocam.
Alfa hidroxiácidos (ativo esfoliante) em concentração acima de 1% e retinol e pró-retinol (ativo antirrugas). Descolorações, alisamentos e permanentes do cabelo. Procedimento estético com laser, incluindo depilação, radiofrequência e infravermelho, bem como botox ou outro tipo de preenchimento.
Para que os profissionais de saúde possam recomendar ou contra-indicar um medicamento, vacina, cosmético e fitoterápicos durante a amamentação, o ministério da saúde (área técnica de saúde de criança e aleitamento materno) com apoio da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), lançou me Fevereiro de 2010 o "Manual de Alimentação e Uso de Medicamentos e Outras Substâncias".
Com este manual, espera-se que os profissionais de saúde tenham condições de optar, sempre que necessário, por drogas de baixo risco para mulher e a criança. Tornando assim a amamentação mais segura quando a mãe não puder abrir mão de um determinado tratamento.

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